5.14.2009

O MEDO

(eu gosto de viver porque...)

Na verdade não estava bem preparada para morrer. Mas também quem é que está? No entanto ela tinha as suas razões... tal como todos têm é certo, mas as dela eram as dela e as de mais ninguém. Que estava ela a pensar? A sua própria vida nem sequer tinha significado. Precisamente por isso. De que vale morrer sem ainda ter tido algo por que lutar? Sem ter descoberto algo por que viver... E ela ainda não o tinha, e por isso não queria morrer.

Ao mesmo tempo que pensava nisto, pensava também em todos os momentos que lhe tinham dado um certo sentido à vida, que a tinham feito deixar de dúvidar se estaria ou não no sonho de alguém. Os amigos. A família. A sua própria luta. Por eles ficara, e por eles queria continuar a ficar, e por eles tinha tanto medo. Não voltar a ver, a sentir, a ser... não conseguia pensar sequer nisso.

Por isso amava tanto a vida. Pelo simples facto de sermos. De existirmos como indíviduo e como todo. Por não estarmos sós, mesmo quando parece. Por sermos capazes de sentir, de amar quando nos ferem, de acreditar, de lutar, de tentar mais e melhor, para sermos mais do que aquilo que somos. Por sermos capazes de ver, de sonhar, de idealizar. Sermos capazes de fazer os outros sonhar. Por não sermos apenas felizes com a nossa felicidade, por dependermos dos que nos rodeiam, mesmo que não pareça, para sermos tudo aquilo que somos...

A vida é para os vivos. E ela tinha-a vivido, ou pelo menos tentara. Saboreara o doce da felicidade e o amargo da tristeza, explorara, sonhara, acreditara. Vivera. Por ela mas não só para ela.

Talvez, mesmo só por um mero acaso, afinal a sua vida tivesse significado. Mesmo que não fosse o que estava à espera.

 

(texto feito para filosofia… como não quis escrever algo do género ‘eu gosto de viver porque…’ saíu-me isto)

5.05.2009

WHENLIFEGIVES

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