A raiva que não posso sentir… da inveja que não posso ter…
Estou presa para sempre neste pesadelo sem fim. Onde estou condenada a ver tudo o que quero passar-me diante dos olhos (seria isto o que Tântalo sentia ao ver a fruta e a água diante de si, e nunca as conseguir agarrar para saciar a sua fome e sede?). Ver os outros, que não merecem o que têm, nem sequer metade, conseguir tudo, sem qualquer tipo de esforço, enquanto eu, sozinha, sofro cada vez mais, querendo e querendo…
Mas todos me deitam abaixo.
É injusto. Injusto de formas cruéis… e não é só para mim. Existem tantos outros, que, como eu, observam impávidos e serenos enquanto os seus planos, os seus sonhos, os seus projectos são deitados abaixo. E ainda por cima, somos obrigados a ver enquanto outros, que por terem sorte, conseguem o que querem sem qualquer problema…
Mas também não importa.
Afinal, nem todos temos o direito a ser felizes… A felicidade é para quem pode, não para quem quer. E quem pode, quase nunca merece…
Mas se calhar, eu sou a que está enganada…
Se calhar, sou eu que não o mereço… porque haveria eu de o merecer? Sou nada, sou ninguém…
Se calhar, o mundo está certo… e eu estou errada.
Mas também…
Já nada importa.
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